quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Marechal & Machado


No dia 27 de novembro, os alunos da turma 82 da Escola Marechal Bitencourt participaram do Momento Literário Edição Especial Consciência Negra. A primeira parte da atividade introduziu Zumbi dos Palmares, explicando porque celebramos o Dia da Consciência Negra em 20 de novembro. Após, passamos à biografia do escritor Machado de Assis, um dos maiores nomes de nossa literatura, negro e brasileiro, autor do conto escolhido para ser trabalhado nesse dia. 


O conto em questão, O Caso da Vara, trata de um seminarista, Damião, que foge do seminário e conta com a ajuda de uma "amiga" de seu padrinho, Sinhá Rita, para ajudar a convencer seu pai a aceitar sua desistência. Na casa dessa amiga, havia uma negrinha, Lucrécia, que entre outras meninas aprendia a bordar. A fim de animar o moço, que não estava muito esperançoso sobre a reação do pai, Sinhá Rita passa a contar anedotas; então, Damião faz o mesmo e uma de suas anedotas leva Lucrécia a gargalhar, o que irrita Sinhá Rita, que promete bater de vara na negrinha, caso ela não termine seu bordado a tempo.


Damião resolve interceder pela menina, caso no fim do dia ela não finalize o trabalho. Afinal de contas, ele a fez rir. Mas, precisando de Sinhá Rita para convencer o padrinho a convencer o pai a aceitar sua saída do seminário, seria Damião capaz de contrariar a senhora em favor da menina, correndo o risco de perder seu apoio na tentativa de amolecer o pai? Seria Damião capaz de defender a menina em detrimento de seu interesse próprio? Seria você capaz de abrir mão de seus interesses para defender uma causa que lhe parece justa? Ou prefere fazer vista grossa em benefício próprio? Você se acha corruptível? O que é corrupção? Essas e outras perguntas vieram à tona e os alunos puderam contar suas experiências e manifestar suas opiniões na conversação depois da leitura da história. 


"Damião olhou para a pequena;
 era uma negrinha, magricela, um frangalho de nada,
 com uma cicatriz na testa e uma queimadura na mão esquerda.
 Contava onze anos. Damião reparou que tossia, 
mas para dentro, surdamente, 
a fim de não interromper a conversação. 
Teve pena da negrinha, e resolveu apadrinhá-la,
 se não acabasse a tarefa. Sinhá Rita não lhe negaria o perdão...
 Demais, ela rira por achar graça; a culpa era sua,
 se há culpa em ter chiste." 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Questões estruturais


Devido a problemas na estrutura interna do prédio da Biblioteca Municipal, mais especificamente na Sala de Literatura Infanto-Juvenil, onde realizamos os atendimentos às turmas que participam do Projeto Momento Literário, as atividades foram suspensas até que sejam resolvidas as questões relacionadas à infiltração. Retomaremos as atividades assim que o problema for resolvido. Estamos aguardando que as autoridades competentes tomem as devidas providências. Pedimos desculpas pelo transtorno.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Otaviano & Edgar Allan Poe


Na terça-feira 25 de setembro, o 6º ano C da Escola Otaviano Silveira compareceu à biblioteca para participar do Projeto Momento Literário. A história abordada na atividade foi Coração delator, conto de Edgar Allan Poe.
Regado a sangue e muito suspense, esse texto coloca em xeque nossa lucidez, nos atordoa em meio ao labirinto da loucura e nos leva a uma insana porém interessante viagem nas incertezas de nossas certezas: aquilo que percebemos é efetivamente real?


A narrativa assim intitulada devido a uma denúncia realizada no texto, nos leva a questionar nossas próprias impressões sobre o escrito: qual será o coração delator? o do morto ou o do assassino? será que o homem é mesmo louco? ou deveras tem uma percepção demasiado aguçada? o olho do velho é mesmo malévolo? ou somente tem uma aparência diferente daquilo aceito como normal?
Muitas são as dúvidas levantadas nesse thriller sangrento; poucas, as conclusões as quais podemos chamar absolutas. Nem mesmo o personagem principal mostra-se convicto de suas afirmações; transmite mesmo é um desordenar intenso de emoções. Ou não? Talvez nem mesmo o próprio Poe saiba a resposta a essas diferentes questões. Talvez o personagem seja reflexo das perturbações do próprio autor. Talvez... 


"E sorri satisfeito a ver o ato consumado. Porém,
 por vários minutos o coração continuou a bater com um
 som abafado. Mas isso não me perturbava: não poderia ser 
ouvido através da parede. Por fim cessou. O velho estava morto. 
[...] Sim, estava morto, completamente morto. Coloquei minha 
mão sobre o coração e deixei-a ali por alguns minutos. 
Não havia pulsação. Estava completamente morto."

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cony & Júlio casados


Os alunos da turma 6º ano B da Escola Júlio Casado tiveram seu momento literário no dia 14 de agosto. O conto abordado na atividade foi A primeira lição, de Carlos Heitor Cony, do livro Contos da escola - Volume 2, da coleção Literatura em minha casa. Primeiramente a biografia do autor foi apresentada aos alunos. Se você já teve a sensação de que, em sua vida, as coisas não poderiam piorar, de que tudo estava dando errado, de que o universo conspirava contra você, vale a pena conferir o relato dessa experiência de vida. Cony era tido como mudo pela família, pois somente aos cinco anos pronunciou suas primeiras palavras. Tinha dificuldade na dicção - principalmente trocando o "g" pelo "d" - o que o tornava alvo de brincadeiras maldosas. Então, para não se tornar motivo de chacota, resolveu dedicar-se à palavra escrita. Já adulto, inscrito em um concurso literário, apesar da opinião unânime entre os jurados de que seu livro era de alta qualidade, não recebeu o prêmio tendo como justificativa o fato de seu livro ser muito forte, característica literária essa que, para mim, deveria ser elogiada. Assim, o autor inscreve-se com outras obras no mesmo concurso nos dois anos seguintes, vencendo ambas as seleções. Após ter uma variedade de livros escritos e títulos premiados, publica sua primeira obra, "O Ventre", e torna-se um escritor de talento reconhecido.


Depois do falecimento de sua mãe, Cony declarou que jamais escreveria outro romance - o que provocou um espanto geral. Por muitos anos, o escritor permaneceu sem escrever romances. Nesse período de não-produção literária, faleceu seu pai, o que deve ter contribuído para seu retorno à escrita, pois, depois de alguns anos, lançou seu décimo romance, Quase memória, em 1993, no qual trata da relação pai e filho, deixando transparecer a própria relação com o pai. Com esse livro, recebeu diversos prêmios, incluindo categorias como conjunto da obra, melhor romance e livro do ano - ficção. Ao tratar desse momento da vida de Cony, mostrei aos alunos tal livro, obra de grande importância na trajetória literária do autor e que faz parte do acervo da biblioteca. Depois passamos à leitura do conto, o qual, apesar de se passar em ambiente escolar, aborda fortemente a relação entre pai e filho: o menino que aprendeu a ser "homem" ao passar por uma situação difícil na escola, mas que sabe que tem ao lado uma pessoa com a qual sempre poderá contar, em tempos difíceis ou não - seu pai. Em 2000, Cony foi eleito para uma cadeira da Academia Brasileira de Letras, maior honra que pode ser obtida por um escritor brasileiro.


"O pai me levou de volta para casa, segurou minha merendeira e 
mochila que eu trazia às costas, com meus cadernos e livros. 
Imaginando que eu estava triste, disse com certa pena: 
"Meu filho, são os abrolhos... estão começando os abrolhos..." 
Eu não sabia o que eram abrolhos. No dia seguinte, 
a tal professora de óculos perguntou se algum
de nós tinha alguma dúvida. [...] 
Ela disse que abrolhos eram as dificuldades,
 os problemas que a gente vai encontrando pela vida.
 Eu então aprendi mais do que isso. 
Que meu pai era um grande sujeito e,
 com ele, venceria todos os abrolhos." 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Guerreiro tem sua Primeira Lição

Você se lembra de seu primeiro dia de aula? Da escola em que, pela primeira vez, você se viu como aluno? De seus colegas? De sua professora? Há quem afirme nunca ter esquecido esse dia. Há quem diga que esse dia foi um dos mais marcantes de sua vida. Há ainda quem sustente que, nesse dia, teve sua primeira lição de vida, como o protagonista da história que abordei com o 6º ano B da Escola Afonso Guerreiro Lima, que, não em seu primeiro dia de aula, mas no dia dezessete de julho, teve seu momento literário.


O autor escolhido para a atividade foi Carlos Heitor Cony, com seu conto A Primeira Lição, encontrado no livro Contos da Escola - Volume 2, da coleção Literatura em minha casa, disponível para empréstimo. Primeiramente, foram apresentadas aos alunos a biografia e algumas obras do autor, tal como Quase Memória, que faz parte do acervo da biblioteca e é considerado pela crítica um dos principais livros de Cony. Então passamos à leitura do conto. Por fim, à confecção de painel abordando os temas medo e coragem.


A narrativa mostra um menino, personagem principal do conto, que se sente ameaçado pelo ambiente escolar, desconfia de seus colegas e, até mesmo, dos professores, acredita que essas pessoas podem lhe fazer mal e é tomado pelo medo. Não estava preparado para o momento, no qual, pela primeira vez, seria separado de sua família, daqueles em quem confiava. Porém, naquele dia, devido a situações vividas na escola, esse menino se dá conta da necessidade de aprender a tomar suas próprias decisões, agir por conta própria e assumir as consequências de seus atos. Tomado de coragem, resolve encarar a vida.


"E aprendera também que acabara para sempre a minha infância. 
Não devia ter chorado quando entrara na escola, obrigando 
o pai a ficar de plantão, de sentinela, tomando conta do 
filho a distância. Daquele dia em diante, eu teria de
 me habituar a enfrentar a vida por conta própria."

terça-feira, 31 de julho de 2012

Garibaldi conhece a Felicidade Clandestina


O conto de Clarice Lispector, Felicidade Clandestina, publicado no livro Em Família: conto - Volume 2, da Coleção Literatura em minha casa, que faz parte do acervo da biblioteca, foi o texto abordado com o 6º ano B da Escola Estadual Anita Garibaldi, que compareceu à Biblioteca, para ter seu momento literário, no dia 10 de julho. 
Após a apresentação da biografia da autora, o livro Reinações de Narizinho (1931), devido a ter sido citado no conto como objeto de desejo da personagem, foi apresentado à turma como possibilidade de leitura posterior, junto com os demais títulos de Monteiro Lobato encontrados no setor infanto-juvenil da biblioteca: O Pica Pau Amarelo (1941), Viagem ao Sol (1932), O Saci (1921). 


Lemos o texto e a turma foi convidada a expressar opiniões e/ou contar experiências pessoais relacionadas. Em seguida, os alunos formaram grupos, os quais receberam tarefas distintas: desenhar cena da história que retrata maldade, desenhar cena da história que retrata felicidade, escrever algumas de suas pequenas maldades ou escrever alguns de seus pequenos momentos de felicidade. Sim, maldade e felicidade, ambos conceitos tratados no conto.
Acontece que, depois de sofrer nas mãos da menina má que lhe prometera livro emprestado  sem a real intenção de cumprir sua promessa, de forma inesperada, nossa personagem recebe aquilo que tanto queria. E mais, aquilo ficaria com ela pelo tempo que quisesse. Imagine: pelo tempo que quisesse! Não precisaria ser dela para sempre, ela não teria essa responsabilidade; seria dela pelo tempo que considerasse apropriado, depois poderia devolvê-lo sem o menor ressentimento. Conforme Clarice, "é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer". E você, se tivesse tal possibilidade, o que quereria?


"Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, 
e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. 
Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. 
Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso
 com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. 
Quanto tempo levei até chegar em casa pouco importa. 
Meu peito estava quente, meu coração pensativo."

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ceconet & Clarice Lispector


Na tarde do dia 03 de julho, a Escola Vanessa Ceconet participou do Projeto Momento Literário por meio da turma 6 º ano B, a qual compareceu à Biblioteca Pública Municipal. Após conversarmos sobre o hábito da leitura entre os estudantes, passamos à biografia da escritora Clarice Lispector, autora do conto Felicidade Clandestina, escolhido para a atividade. Alguns de seus livros do acervo da biblioteca, disponíveis para empréstimo, como A Cidade Sitiada (1949), Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969) e A Hora da Estrela (1977), foram apresentados aos alunos junto com sua biografia. Então assistimos a primeira parte de entrevista dada pela escritora no ano de sua morte, através da qual os alunos puderam captar um pouco mais de Clarice. O conto trabalhado é encontrado no livro Em Família: conto - Volume 2, da Coleção Literatura em minha casa, que também faz parte do acervo. Depois da leitura do texto e do bate-papo sobre o tema, os alunos, divididos em grupos, escreveram algumas de suas pequenas maldades e/ou alguns pequenos momentos que lhe dão felicidade e confeccionaram painel, do qual também fizeram parte desenhos de cenas da história que retratavam ou a maldade ou a felicidade, ambas abordadas na narrativa.


Em Felicidade Clandestina, uma menina que gosta muito de livros, acaba passando por, como ela mesma denomina enquanto narradora da história, uma "tortura chinesa", pois, ao saber que sua colega,  filha de dono de livraria, tem determinado livro, cria coragem e o pede emprestado, o que permite a outra perceber que exerce certo poder sobre ela - resultado: é dado início a um ciclo de maldade. A história não termina por aí. Com um desfecho positivo, o qual não irei revelar aqui, a menina que nos narra a história acaba por dizer-nos o quanto a felicidade lhe é momentânea, ou conforme o título: clandestina, e por isso faz questão de prolongar o quanto e como lhe é possível esses seus momentos de satisfação. Para finalizarmos o bate-papo que ocorreu depois da história, ouvimos a música Felicidade, de Tom Jobim, e relacionamos a felicidade da menina com a descrita pelo compositor: "a felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor: brilha tranquila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor."


"Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente 
crespos, meio arruinados. Tinha um busto enorme;
 enquanto nós todas ainda éramos achatadas. 
Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por 
cima do busto, com balas. Mas possuía o que 
qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter:
 um pai dono de livraria." 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tiradentes com Coração Delator


Escola Municipal Tiradentes participou do Projeto Momento Literário na manhã do dia 03 de julho. A turma 81 foi recebida num clima de terror e mistério, com a leitura do conto O Coração Delator, do escritor norte-americano Edgar Allan Poe, encontrado no livro Para Gostar de Ler, Volume 11 - Contos Universais. Após a leitura, ocorreu o bate-papo. A loucura foi o principal tema abordado na ocasião. Como atividade final, os alunos desenharam momentos da história e escreveram sobre a maior loucura que cada um cometera na vida.


No conto de Poe, o narrador tenta a todo o tempo provar que não é um louco. Tenta definir como age um demente e mostra que age diferentemente, diz ser capaz de coisas que um louco não é, sempre enaltecendo sua astúcia. Entretanto, acaba perdendo o controle de si mesmo ao cismar com o olho cego de um velho, pois vê nesse olho um ser atroz, um perigo iminente, do qual tem de se livrar. Segue seu plano e dá cabo do olho, do velho, mas não de sua angústia. Mesmo querendo comprovar sua lucidez, sua razão, acaba traído por seu coração. E o seu? Delata você?


"Creio que foi por causa de seu olhar! Sim, foi por isso!
Um de seus olhos assemelhava-se ao de um abutre -
um olho de um azul pálido, encoberto por uma película.
 Sempre que o velho o pousava em mim, meu sangue 
enregelava e, pouco a pouco, muito gradualmente, acabei 
decidindo tirar-lhe a vida e dessa forma livrar-me de
 seu olhar de uma vez por todas." 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Érico Veríssimo & Ruth Rocha

O conto de Ruth Rocha, Admirável Mundo Louco, publicado no livro Contos para rir e sonhar, que faz parte do acervo da biblioteca, foi o texto abordado no encontro com o 6º ano 62 da Escola Estadual Érico Veríssimo, que compareceu à Biblioteca Pública Municipal Euclides da Cunha, para ter seu momento literário, no dia 26 de junho.


Após a leitura do conto, acompanhada de slides, com imagens previamente selecionadas, e em meio ao bate-papo que acontecia de acordo com o tópico que surgia no texto, os alunos registraram suas impressões do extraterrestre que, ao passar pela Terra, deixou um manuscrito com suas percepções sobre o nosso planeta.


Foi apresentado aos alunos o livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, disponível para empréstimo na biblioteca e provável fonte de inspiração da autora ao escrever seu conto. Como Huxley, Ruth Rocha aborda o futuro da humanidade, levando-nos a refletir sobre o mundo em que vivemos e de que forma contribuímos para deixá-lo como está.


O autor inglês desenvolve seu romance em um futuro hipotético, o qual, apesar de parecer totalmente diferente de nossa realidade, expõe aspectos negativos de nossa sociedade. Já a autora situa seu conto na época atual, porém, com a participação de um suposto visitante de outro planeta, pelo qual é possível fazer, quase que inocentemente, críticas relacionadas à humanidade.



"Vou tentar fazer uns esquemas de 
como eles são,  para que todos entendam 
melhor. Por mais absurdos que estes esquemas 
pareçam, é assim mesmo que eles são. É inútil chamarem
 minha atenção para o fato de que eles não parecem obedecer a
 um padrão lógico de desenvolvimento. Eu também acho que não."

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Plácido no Admirável Mundo Louco

A Escola Municipal José Plácido de Castro, no dia 12 de junho, teve seu momento literário, através da participação da turma 6º ano A. O conto escolhido para essa atividade foi Admirável Mundo Louco, de Ruth Rocha, publicado no livro Contos para rir e sonhar, que faz parte do acervo da biblioteca. A leitura do texto foi acompanhada de imagens previamente selecionadas e ocorreu em meio ao bate-papo que surgia de acordo com os tópicos que iam sendo abordados. Depois disso, os alunos produziram o que eles acreditavam ser o extraterrestre que havia passado pela Terra e registrado suas percepções sobre esse planeta que dizemos nosso.


A história gira em torno de um manuscrito de autoria de um suposto extraterrestre. O registro feito por esse ser, primeiramente, aborda as relações entre os seres terrenos, depois descreve a aparência do ser dominante - o humano -, e segue expondo nosso estilo de vida, nossos costumes. O interessante é que tudo isso é exposto por um ser totalmente alheio àquilo que para nós é comum, tornando o texto engraçado, trazendo impressões e opiniões que talvez nunca tivessem nos ocorrido. É espantoso como alguém que está de fora pode ter uma visão muito mais clara do que quem está vivendo a situação!


"É muito difícil de explicar essa tal de guerra
porque eu também não entendi. Não sei
direito pra que é que serve essa tal de guerra.
Acho que é pra gastar as tais coisas que
eles jogam uns nos outros e que eles fabricam
em grandes quantidades e que fazem
as cidades ficarem cada vez mais fedorentas."

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Lourdes & Edgar Allan Poe


Na terça-feira cinco de junho, a 7ª série 72 da Escola Municipal Lourdes Fontoura da Silva participou do Projeto Momento Literário. O conto O Retrato Oval, de Edgar Allan Poe, foi o texto escolhido para a realização da atividade. Depois do bate-papo sobre o texto, os alunos formaram duplas, nas quais um retratou o outro numa moldura oval, fazendo alusão ao retrato da história.
A biografia do autor, conhecido principalmente por suas histórias de mistério e horror, foi apresentada aos alunos, que perceberam sobretudo o caráter descontrolado de Poe. A perda dos pais, o rompimento com seu tutor, seu vício em jogos e em álcool, sua vida envolta em escândalos - apesar da educação de alto nível e de sua grande capacidade intelectual - o aproximou dos alunos, permitindo que eles o vissem como um ser humano comum, repleto de fraquezas.
Ficou evidente o interesse da turma pelos contos de Poe, especialmente pelos mais sangrentos, após a apresentação do trailer do filme O Corvo, inspirado em vida e obra do autor e cujo personagem principal é Edgar Allan Poe.


"E recusava-se a perceber que as cores 
que ia espalhando por sobre a tela
eram arrancadas das faces 
daquela que posava
a seu lado."

terça-feira, 29 de maio de 2012

Parceria consolidada

Mais uma vez o Projeto Momento Literário e a Secretaria de Mobilidade Urbana se unem para difundir a Literatura no município de Sapucaia do Sul. Pelo segundo ano, o projeto conta com o auxílio do ônibus dessa secretaria para fazer o transporte das turmas, de suas escolas para a biblioteca municipal e vice-versa. Essa parceria torna possível o atendimento das escolas independentemente da localização.


Retratando essa união, a responsável pelo agendamento do ônibus na Secretaria de Mobilidade Urbana, Juliana Godoy, e eu, a professora idealizadora do Projeto Momento Literário.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Guianuba estreia participação das Escolas Estaduais

A 7ª série 721 da Escola Estadual Guianuba foi a primeira turma de Escola Estadual a participar do Projeto Momento Literário - na terça-feira 22 de maioPara a atividade, foi escolhido o conto O Retrato Oval, do escritor norte-americano Edgar Allan Poe. Após, tivemos o bate-papo sobre o texto e então passamos à atividade final, na qual os alunos formaram duplas para um retratar o outro numa moldura oval, como o retrato da história.




A narrativa, ambientada num castelo abandonado, gira em torno de um dos quadros que ornamentam a parede do lugar: o retrato de uma bela jovem, que espanta por sua vivacidade. O suspense fica por conta do motivo de tal aparência da moça na obra, da verdadeira paixão do artista que a pintou e o trágico final da apaixonada modelo.
É de surpreender como só enxergamos aquilo que queremos! Não? Bem, aí começamos uma discussão que vai além do que está escrito, entra pelos labirintos de nossa imaginação e só termina onde permitirmos.



"Era uma jovem de rara beleza e cheia de encantos e alegria.
Infeliz a hora em que encontrou o pintor [...]
e com ele se casou."

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Retomadas as atividades

Após o período de reestruturação, nessa terça-feira, foram iniciadas as atividades do Projeto Momento Literário em 2012. O Jornal Vale dos Sinos, principal jornal dessa região, esteve na biblioteca para cobrir o evento. O projeto que está em seu segundo ano de execução teve pela primeira vez a participação de uma escola estadual, consolidando sua nova estrutura. A reportagem também aborda o Projeto Tempo de Poetar, de oficinas de poesia, que teve início na quinta-feira.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Momento Seminário Literário

Em comemoração ao Dia Internacional do Livro Infantil, foi realizado na Biblioteca Pública Municipal Euclides da Cunha, no dia dois de abril, o II Seminário Literário, organizado pelas professoras Karina Santana e Carla Soares para as professoras das Salas de Leitura das escolas da Rede Municipal de Ensino de Sapucaia do Sul e para os monitores da ACAPASS (Associação Casa de Passagem).
O Jornal Vale dos Sinos foi um dos jornais que cobriu o evento, sendo o primeiro a chegar no local e o primeiro a publicar. A jornalista Denise Morato entrevistou as professoras responsáveis pelo Seminário e a bibliotecária Anelise Nardino e fez uma reportagem bem abrangente, como pode ser observado.
Só alguns aspectos devem ser observados para que não haja nenhum mal-entendido no decorrer do ano em relação aos projetos Momento Literário e Tempo de Poetar, idealizados respectivamente pelas professoras Karina Santana e Carla Soares.
1) Serão disponibilizados ônibus pela Biblioteca, através de parcerias com outros órgãos municipais, para buscar e levar de volta às escolas as turmas que participarem do Projeto Momento Literário, que serão compostas em média por vinte alunos.
2) As turmas do Projeto Tempo de Poetar, compostas por oito participantes, os quais serão escolhidos de acordo com inscrição prévia e não terão obrigatoriamente vínculo escolar entre si (podendo haver na mesma turma de trabalho alunos de diferentes instituições), virão por conta própria.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dividir para somar


Agora o Projeto Momento Literário dividirá seu espaço e seu horário de execução com outro projeto que também será executado na Biblioteca Municipal, por isso diminuirá sua demanda de atendimento.
Os dois Projetos Literários serão executados por professoras graduadas em Literatura e terão como foco os gêneros textuais conto, no Momento Literário, e poesia, no Tempo de Poetar.

sábado, 10 de março de 2012

Considerações de transição


O Projeto Momento Literário teve início em 2011; porém, o blog do projeto só veio a ser realizado em 2012. Assim, para a melhor organização do blog, os textos recebem marcação de acordo com o ano em que a respectiva atividade fora realizada: atividades realizadas em 2012 recebem o marcador de mesmo ano e as realizadas no ano anterior recebem marcador 2011.
Naquele ano, o Momento Literário era destinado a alunos do Ensino Fundamental (pré-escola à 8ª série) da Rede Municipal de Ensino. Neste ano, o Projeto sofre alterações: passa a atender prioritariamente o público juvenil (tendo em vista que outros projetos são oferecidos somente para o público infantil) e abre espaço para as Escolas Estaduais, levando em consideração que a biblioteca é pública, portanto da comunidade em geral.
Os textos anteriores a este foram publicados originalmente no blog da Biblioteca Euclides da Cunha e transcritos aqui a fim de registrar os primeiros passos desse projeto. Textos posteriores farão parte do novo formato, devendo ter apresentação diferenciada.
Quem estiver interessado em saber mais sobre a biblioteca pode acessar o blog: http://bibliotecasapucaia.blogspot.com/.