quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Marechal & Machado


No dia 27 de novembro, os alunos da turma 82 da Escola Marechal Bitencourt participaram do Momento Literário Edição Especial Consciência Negra. A primeira parte da atividade introduziu Zumbi dos Palmares, explicando porque celebramos o Dia da Consciência Negra em 20 de novembro. Após, passamos à biografia do escritor Machado de Assis, um dos maiores nomes de nossa literatura, negro e brasileiro, autor do conto escolhido para ser trabalhado nesse dia. 


O conto em questão, O Caso da Vara, trata de um seminarista, Damião, que foge do seminário e conta com a ajuda de uma "amiga" de seu padrinho, Sinhá Rita, para ajudar a convencer seu pai a aceitar sua desistência. Na casa dessa amiga, havia uma negrinha, Lucrécia, que entre outras meninas aprendia a bordar. A fim de animar o moço, que não estava muito esperançoso sobre a reação do pai, Sinhá Rita passa a contar anedotas; então, Damião faz o mesmo e uma de suas anedotas leva Lucrécia a gargalhar, o que irrita Sinhá Rita, que promete bater de vara na negrinha, caso ela não termine seu bordado a tempo.


Damião resolve interceder pela menina, caso no fim do dia ela não finalize o trabalho. Afinal de contas, ele a fez rir. Mas, precisando de Sinhá Rita para convencer o padrinho a convencer o pai a aceitar sua saída do seminário, seria Damião capaz de contrariar a senhora em favor da menina, correndo o risco de perder seu apoio na tentativa de amolecer o pai? Seria Damião capaz de defender a menina em detrimento de seu interesse próprio? Seria você capaz de abrir mão de seus interesses para defender uma causa que lhe parece justa? Ou prefere fazer vista grossa em benefício próprio? Você se acha corruptível? O que é corrupção? Essas e outras perguntas vieram à tona e os alunos puderam contar suas experiências e manifestar suas opiniões na conversação depois da leitura da história. 


"Damião olhou para a pequena;
 era uma negrinha, magricela, um frangalho de nada,
 com uma cicatriz na testa e uma queimadura na mão esquerda.
 Contava onze anos. Damião reparou que tossia, 
mas para dentro, surdamente, 
a fim de não interromper a conversação. 
Teve pena da negrinha, e resolveu apadrinhá-la,
 se não acabasse a tarefa. Sinhá Rita não lhe negaria o perdão...
 Demais, ela rira por achar graça; a culpa era sua,
 se há culpa em ter chiste." 

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