terça-feira, 31 de julho de 2012

Garibaldi conhece a Felicidade Clandestina


O conto de Clarice Lispector, Felicidade Clandestina, publicado no livro Em Família: conto - Volume 2, da Coleção Literatura em minha casa, que faz parte do acervo da biblioteca, foi o texto abordado com o 6º ano B da Escola Estadual Anita Garibaldi, que compareceu à Biblioteca, para ter seu momento literário, no dia 10 de julho. 
Após a apresentação da biografia da autora, o livro Reinações de Narizinho (1931), devido a ter sido citado no conto como objeto de desejo da personagem, foi apresentado à turma como possibilidade de leitura posterior, junto com os demais títulos de Monteiro Lobato encontrados no setor infanto-juvenil da biblioteca: O Pica Pau Amarelo (1941), Viagem ao Sol (1932), O Saci (1921). 


Lemos o texto e a turma foi convidada a expressar opiniões e/ou contar experiências pessoais relacionadas. Em seguida, os alunos formaram grupos, os quais receberam tarefas distintas: desenhar cena da história que retrata maldade, desenhar cena da história que retrata felicidade, escrever algumas de suas pequenas maldades ou escrever alguns de seus pequenos momentos de felicidade. Sim, maldade e felicidade, ambos conceitos tratados no conto.
Acontece que, depois de sofrer nas mãos da menina má que lhe prometera livro emprestado  sem a real intenção de cumprir sua promessa, de forma inesperada, nossa personagem recebe aquilo que tanto queria. E mais, aquilo ficaria com ela pelo tempo que quisesse. Imagine: pelo tempo que quisesse! Não precisaria ser dela para sempre, ela não teria essa responsabilidade; seria dela pelo tempo que considerasse apropriado, depois poderia devolvê-lo sem o menor ressentimento. Conforme Clarice, "é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer". E você, se tivesse tal possibilidade, o que quereria?


"Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, 
e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. 
Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. 
Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso
 com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. 
Quanto tempo levei até chegar em casa pouco importa. 
Meu peito estava quente, meu coração pensativo."

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ceconet & Clarice Lispector


Na tarde do dia 03 de julho, a Escola Vanessa Ceconet participou do Projeto Momento Literário por meio da turma 6 º ano B, a qual compareceu à Biblioteca Pública Municipal. Após conversarmos sobre o hábito da leitura entre os estudantes, passamos à biografia da escritora Clarice Lispector, autora do conto Felicidade Clandestina, escolhido para a atividade. Alguns de seus livros do acervo da biblioteca, disponíveis para empréstimo, como A Cidade Sitiada (1949), Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969) e A Hora da Estrela (1977), foram apresentados aos alunos junto com sua biografia. Então assistimos a primeira parte de entrevista dada pela escritora no ano de sua morte, através da qual os alunos puderam captar um pouco mais de Clarice. O conto trabalhado é encontrado no livro Em Família: conto - Volume 2, da Coleção Literatura em minha casa, que também faz parte do acervo. Depois da leitura do texto e do bate-papo sobre o tema, os alunos, divididos em grupos, escreveram algumas de suas pequenas maldades e/ou alguns pequenos momentos que lhe dão felicidade e confeccionaram painel, do qual também fizeram parte desenhos de cenas da história que retratavam ou a maldade ou a felicidade, ambas abordadas na narrativa.


Em Felicidade Clandestina, uma menina que gosta muito de livros, acaba passando por, como ela mesma denomina enquanto narradora da história, uma "tortura chinesa", pois, ao saber que sua colega,  filha de dono de livraria, tem determinado livro, cria coragem e o pede emprestado, o que permite a outra perceber que exerce certo poder sobre ela - resultado: é dado início a um ciclo de maldade. A história não termina por aí. Com um desfecho positivo, o qual não irei revelar aqui, a menina que nos narra a história acaba por dizer-nos o quanto a felicidade lhe é momentânea, ou conforme o título: clandestina, e por isso faz questão de prolongar o quanto e como lhe é possível esses seus momentos de satisfação. Para finalizarmos o bate-papo que ocorreu depois da história, ouvimos a música Felicidade, de Tom Jobim, e relacionamos a felicidade da menina com a descrita pelo compositor: "a felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor: brilha tranquila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor."


"Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente 
crespos, meio arruinados. Tinha um busto enorme;
 enquanto nós todas ainda éramos achatadas. 
Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por 
cima do busto, com balas. Mas possuía o que 
qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter:
 um pai dono de livraria." 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tiradentes com Coração Delator


Escola Municipal Tiradentes participou do Projeto Momento Literário na manhã do dia 03 de julho. A turma 81 foi recebida num clima de terror e mistério, com a leitura do conto O Coração Delator, do escritor norte-americano Edgar Allan Poe, encontrado no livro Para Gostar de Ler, Volume 11 - Contos Universais. Após a leitura, ocorreu o bate-papo. A loucura foi o principal tema abordado na ocasião. Como atividade final, os alunos desenharam momentos da história e escreveram sobre a maior loucura que cada um cometera na vida.


No conto de Poe, o narrador tenta a todo o tempo provar que não é um louco. Tenta definir como age um demente e mostra que age diferentemente, diz ser capaz de coisas que um louco não é, sempre enaltecendo sua astúcia. Entretanto, acaba perdendo o controle de si mesmo ao cismar com o olho cego de um velho, pois vê nesse olho um ser atroz, um perigo iminente, do qual tem de se livrar. Segue seu plano e dá cabo do olho, do velho, mas não de sua angústia. Mesmo querendo comprovar sua lucidez, sua razão, acaba traído por seu coração. E o seu? Delata você?


"Creio que foi por causa de seu olhar! Sim, foi por isso!
Um de seus olhos assemelhava-se ao de um abutre -
um olho de um azul pálido, encoberto por uma película.
 Sempre que o velho o pousava em mim, meu sangue 
enregelava e, pouco a pouco, muito gradualmente, acabei 
decidindo tirar-lhe a vida e dessa forma livrar-me de
 seu olhar de uma vez por todas." 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Érico Veríssimo & Ruth Rocha

O conto de Ruth Rocha, Admirável Mundo Louco, publicado no livro Contos para rir e sonhar, que faz parte do acervo da biblioteca, foi o texto abordado no encontro com o 6º ano 62 da Escola Estadual Érico Veríssimo, que compareceu à Biblioteca Pública Municipal Euclides da Cunha, para ter seu momento literário, no dia 26 de junho.


Após a leitura do conto, acompanhada de slides, com imagens previamente selecionadas, e em meio ao bate-papo que acontecia de acordo com o tópico que surgia no texto, os alunos registraram suas impressões do extraterrestre que, ao passar pela Terra, deixou um manuscrito com suas percepções sobre o nosso planeta.


Foi apresentado aos alunos o livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, disponível para empréstimo na biblioteca e provável fonte de inspiração da autora ao escrever seu conto. Como Huxley, Ruth Rocha aborda o futuro da humanidade, levando-nos a refletir sobre o mundo em que vivemos e de que forma contribuímos para deixá-lo como está.


O autor inglês desenvolve seu romance em um futuro hipotético, o qual, apesar de parecer totalmente diferente de nossa realidade, expõe aspectos negativos de nossa sociedade. Já a autora situa seu conto na época atual, porém, com a participação de um suposto visitante de outro planeta, pelo qual é possível fazer, quase que inocentemente, críticas relacionadas à humanidade.



"Vou tentar fazer uns esquemas de 
como eles são,  para que todos entendam 
melhor. Por mais absurdos que estes esquemas 
pareçam, é assim mesmo que eles são. É inútil chamarem
 minha atenção para o fato de que eles não parecem obedecer a
 um padrão lógico de desenvolvimento. Eu também acho que não."