segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ceconet & Clarice Lispector


Na tarde do dia 03 de julho, a Escola Vanessa Ceconet participou do Projeto Momento Literário por meio da turma 6 º ano B, a qual compareceu à Biblioteca Pública Municipal. Após conversarmos sobre o hábito da leitura entre os estudantes, passamos à biografia da escritora Clarice Lispector, autora do conto Felicidade Clandestina, escolhido para a atividade. Alguns de seus livros do acervo da biblioteca, disponíveis para empréstimo, como A Cidade Sitiada (1949), Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969) e A Hora da Estrela (1977), foram apresentados aos alunos junto com sua biografia. Então assistimos a primeira parte de entrevista dada pela escritora no ano de sua morte, através da qual os alunos puderam captar um pouco mais de Clarice. O conto trabalhado é encontrado no livro Em Família: conto - Volume 2, da Coleção Literatura em minha casa, que também faz parte do acervo. Depois da leitura do texto e do bate-papo sobre o tema, os alunos, divididos em grupos, escreveram algumas de suas pequenas maldades e/ou alguns pequenos momentos que lhe dão felicidade e confeccionaram painel, do qual também fizeram parte desenhos de cenas da história que retratavam ou a maldade ou a felicidade, ambas abordadas na narrativa.


Em Felicidade Clandestina, uma menina que gosta muito de livros, acaba passando por, como ela mesma denomina enquanto narradora da história, uma "tortura chinesa", pois, ao saber que sua colega,  filha de dono de livraria, tem determinado livro, cria coragem e o pede emprestado, o que permite a outra perceber que exerce certo poder sobre ela - resultado: é dado início a um ciclo de maldade. A história não termina por aí. Com um desfecho positivo, o qual não irei revelar aqui, a menina que nos narra a história acaba por dizer-nos o quanto a felicidade lhe é momentânea, ou conforme o título: clandestina, e por isso faz questão de prolongar o quanto e como lhe é possível esses seus momentos de satisfação. Para finalizarmos o bate-papo que ocorreu depois da história, ouvimos a música Felicidade, de Tom Jobim, e relacionamos a felicidade da menina com a descrita pelo compositor: "a felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor: brilha tranquila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor."


"Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente 
crespos, meio arruinados. Tinha um busto enorme;
 enquanto nós todas ainda éramos achatadas. 
Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por 
cima do busto, com balas. Mas possuía o que 
qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter:
 um pai dono de livraria." 

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